Turista sofre infarto e morre em Cachoeira de Emas após demora no socorro do SAMU

Falhas no atendimento do SAMU, ausência de ambulância e falta de estrutura nos fins de semana transformam área turística em cenário de negligência e tragédia.

Por Rádio Leme FM em 03/07/2025 às 21:57:31

O que era há tempos uma preocupação entre moradores e comerciantes de Cachoeira de Emas se confirmou de forma trágica no último domingo (29/06/2025): um turista morreu após sofrer um infarto e não receber atendimento médico em tempo hábil. A ausência de ambulância, equipe de saúde e a burocracia no acionamento do SAMU transformaram o caso em uma tragédia anunciada.

De acordo com testemunhas, por volta das 14h30, um homem passou mal dentro de uma van estacionada no local. Populares acionaram a Guarda Civil Municipal, que patrulhava a área. Os guardas Magaline e Manuelli foram até o veículo e constataram que o turista apresentava sinais de infarto. Enquanto Magaline iniciou manobras de reanimação, Manuelli tentou, sem sucesso, contato com a central do SAMU, sediada em Araras. A falta de ambulância e o excesso de burocracia impediram o envio imediato de socorro.



Sem alternativa, os guardas escoltaram a van até o Pronto Socorro de Pirassununga. O atendimento foi iniciado ainda dentro do veículo, com placas da cidade de Rio Claro, pelo médico plantonista. Apesar dos esforços da equipe médica e dos GCMs, o turista não resistiu e morreu.

A van retornou a Cachoeira de Emas para buscar os demais turistas e seguir viagem de volta a Rio Claro. Um familiar da vítima foi informado e compareceu ao município para liberação do corpo.

Essa não foi a primeira ocorrência grave no distrito. Em 23 de março deste ano, um jovem de Araraquara sofreu intoxicação alimentar após consumir camarão no local. Na ocasião, também não havia ambulância nem equipe de saúde. O atendimento só foi possível graças à intervenção do presidente da Associação de Moradores, que transportou o jovem ao hospital em seu carro particular. O caso, por pouco, não terminou em outra morte.



A recorrência dessas situações revela o despreparo estrutural da gestão pública e o risco constante a que estão expostos turistas e moradores da região. A ausência de suporte básico nos fins de semana e feriados, justamente quando o local mais recebe visitantes, já ultrapassou o limite do tolerável — e agora envolve até investigação policial.

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